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TERRENO

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TERRENO
Duarte Scott

Tinta da China, 2025

96 páginas

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«Há três terrenos em Terreno: o ‘externo’, o ‘terno’ e o ‘interno’. Ou seja, ‘terreno’ é aqui um substantivo equivalente a ‘espaço’, material ou imaterial. É também um adjectivo (o livro de estreia do autor, Exposição, permitia igualmente dois sentidos sobreponíveis: o museu e o mostrar). O rigor formal mantém-se: Duarte Scott trabalha com técnicas e formas sofisticadas, a cesura, a vilanela, o poema em colunas paralelas, os versos de uma única palavra; e sabe usar as mais engenhosas aliterações e as mais maliciosas translineações. O corpo está no centro de tudo, um corpo ‘baconiano’ (músculos, tendões, hematomas), mas como se as figuras fossem pequenas divindades da Antiguidade. Uma antiguidade vivida hoje, com catacumbas, bandeiras de seis cores, aplicações no telemóvel. E o insistente sarcasmo advém da conjugação e da denúncia de elementos jurídicos (‘éditos’, ‘legítima defesa’, ‘non habeas corpus’) e académicos (aquele ambíguo ‘satisfaz bem’). Talvez o britânico Thom Gunn seja um dos antecessores destes poemas, com o seu formalismo e o seu homoerotismo voraz e inquieto: ‘Quando o conforto no mundo não era no mundo (…), / e a beleza era um predicado claro | das coisas que apenas se davam, / e as palavras, sentinelas (…)’.»
— Pedro Mexia