Quatro Entrevistas com George Steiner
Quatro Entrevistas com George Steiner
Ramin Jahanbegloo
Tradução de Miguel Serras Pereira
204 páginas
Neste volume de entrevistas, George Steiner, bem mais do que se explicar, co(implica) a vida dos seus interlocutores-leitores, segundo a melhor tradição socrática. Quer dizer, indisciplina a filosofia, devolvendo-a e revivendo-a em estado nascente, nessa praça da palavra onde a última palavra não pertence a ninguém, e reabre quotidianamente o silêncio sem fundo de onde as primeiras palavras, mas, sem dúvida, também todas as palavras primeiras, vêm. E ― fundindo até ao âmago, por exemplo, a reflexão acerca da poesia e da música e da interrogação do extermínio nazi, ou a sua polémica com as gramáticas generativas e com as paradas políticas fundamentais do nosso tempo ― fá-lo sempre em situação, sempre agora, na singularidade que a encruzilhada toma a cada instante, aberta pelo passo de quem caminha e refaz o caminho que nos ensinou a andar.
As consequências políticas de um pensamento assim partilhado, e assim singular, cabe-nos a nós ― e Steiner diz sempre, em tudo mais que nos diz, que é a cada um de nós que cabe ― imaginar.