Os pulsos fistréticos. Contos maléficos João Habitualmente
A escrita de João Habitualmente é contra-hegemónica, pela simples razão de que tem preguiça de andar actualizada nas novas tendências e milita no desconhecimento emancipatório. Os Pulsos Fistréticos não busca novas pistas para a estrutura da narrativa, afasta-se tanto como o seu autor do fetiche da inovação. Procura, isso sim, a singeleza do processo criativo, no estado de escuta que permita capturar a experiência magmática do existir. Interessam-lhe as pessoas, os seus medos e risos, a paixão com que vivem e o mistério da passagem para as vidas não corpóreas – as de cá e as de lá. É dessas reverberações que falam os contos deste livro,, tecidos em volta de gente comum, mas atentos à loucura e ao insólito que resgatam a vida do seu curso enfadonho. Sem ceder à escrita light, Os Pulsos Fistréticos aspira a ser lido mesmo pelas domésticas que ainda não fizeram a recruta em algum dos vários feminismos circulantes.