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  • No Rasto dos Duendes Eléctricos

No Rasto dos Duendes Eléctricos

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IVA incluído

NO RASTO DOS DUENDES ELÉCTRICOS
de Adolfo Luxúria Canibal
ISBN:978-972-0-03229-4
Edição/reimpressão:09-2019
Editor:Porto Editora
Coleção:Elogio da sombra
Idioma:Português
Dimensões:160 x 198 x 35 mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:448

 

O rock é sobretudo contracultura, oposição à padronização ou higienização social. Na sua mais elementar definição, o rock está como um convite à liberdade, defendendo a oportunidade para a informalidade e para a mais desabrida emoção. Há um arrebatamento esperado no seu som, uma entrega que pressupõe a reeducação para a dimensão sensorial, profundamente animal, sem pudor ou crime.
O trabalho de Adolfo Luxúria Canibal é um dos mais cultos no panorama do rock português. Exímio à frente dos Mão Morta, o seu carisma justifica parte da contínua vigência da sua grande banda, carisma que adensa com letras frontais, sempre colocadas como golpe perante um mundo de seduções, vícios e falhas virtudes.
Não há um moralismo bacoco. O que diz é do foro da denúncia e é também afeição ao perigo, porque não se tem como exemplar, tem-se como livre.
Não é possível a cultura portuguesa recente passar ao lado da poesia que aqui se reúne. Em algum momento, todos fomos expostos à sua acidez perspicaz, pertinente, perante o pouquinho que tende a ser o mundo das pessoas. Entre amores abissais e políticas grotescas, alucinações de teor mais ou menos farmacêutico ou cidades cheias de passado, a poética de Adolfo Luxúria Canibal é a contemporaneidade completa, uma avidez, com seu modo próprio de se assumir e denunciar ao mesmo tempo. Sem culpa. Apenas força. Poderia dizer, inteligência.

Valter Hugo Mãe