de Gonçalo Fernandes ISBN: 978-972-37-2069-3 Edição ou reimpressão: 02-2019 Editor: Assírio & Alvim Idioma: Português
Giz Preto é a fulgurante estreia poética de Gonçalo Fernandes.
EPIFANIA COMANECI
Nas Olimpíadas realizadas em Montreal no ano de 1976 os júris das provas de ginástica em barras assimétricas e o resto do mundo (excepto os placards electrónicos) por várias ocasiões consideraram desprezáveis todas – mas todas! – as máculas naturais e terrenas de Nadia Comaneci
O próprio Movimento sorriu pela primeira vez
Metade do Tempo gelara de comoção na barra superior de punhos fechados sob uma intocável verticalidade quando o Tempo Restante efectuou a sua saída pela paralela sem mãos a voar
Foi a última vez que o Movimento derramou uma lágrima e essa lágrima não era de ouro mas de água e sal como as lágrimas humanas
Foi em 1976, nos Jogos Olímpicos de Montreal, Canadá Menos de um minuto de Nadia Comaneci a sós com duas barras paralelas assimétricas e o resto é paisagem –