A água, cada vez mais escassa, tornou-se um produto de luxo. As antigas condutas de fornecimento foram destruídas e o risco de assalto ao Comboio da Água que serve a cidade é cada vez maior. As ruas enchem-se de protestos depois de anunciada a construção de uma Doca de Gelo gigantesca, obra que desalojará um maior número de pessoas do que o inicialmente previsto.
São estes os acontecimentos que, de um modo ou de outro, acabam por ligar a vida de vários estranhos: uma enfermeira prestes a ter um caso amoroso; um rapaz em busca do seu irmão, por sua vez à procura de um cão vadio fora dos limites da cidade; uma mulher moribunda e o seu marido, um segurança do Comboio, dividido entre viver ou desistir, perseguido pelo passado e receoso do futuro que se assoma.
Situada num futuro talvez mais provável do que imaginário, Estilicídio é uma história de amor e perda, assim como a história de sobrevivência do nosso próprio mundo.