São vinte e quatro os textos que, sob o nome de «Aleatório», esperam, se vos aprouver, a vossa leitura. Como o próprio título indica, não passam de um conjunto de palavras resultante de momentos. Momentos em que elas se encontram umas às outras, sem rumo certo, sem um guião, sem um continuum na estrutura narrativa. Não classificáveis nos parâmetros literários tais como os conhecemos, resultam de uma intranquilidade furtiva no meu relacionamento com elas. Porque eu não sou as palavras que escrevo mas estou em cada uma como se, confidentes e críticas de mim, me convidassem em lúdico desafio para constructos de monólogos em que um eu indefinido se dirige a um tu plural, ficção impulsiva sem destinatário nominal, ou como se nesse eu indefinido se plasmassem vozes ancestrais que só ele pode entender e ouvir. Talvez vós, leitores que amam as palavras, se tornem destas futuros ouvintes.
