A Morte do Artista # 8
A Morte do Artista, #8 – Da Boca para Fora
AA.VV
60 páginas
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«A Morte do Artista chega ao #8. Marca que os jornais diários alcançam à entrada da segunda semana de publicação. Mas como nós escrevemos a oito mãos, demorámos um bocadinho mais tempo. Oito anos irresponsavelmente dedicados ao trabalho de cuidar (ou descuidar) de algo tão sagrado como a literatura, arte sem a qual não saberíamos viver. Isto é um exagero, claro, coisas que se dizem da boca para fora… Se os livros fossem comestíveis há muito que os teríamos devorado. Quem resistiria a um bom Saramago com molho à chefe? Ou a um Camilo com ovo a cavalo? Razão tinha o Bolhão Pato, de quem não conhecemos os livros, mas veneramos as amêijoas (a sétima mão não concordou com o que a terceira escreveu, talvez por não gostar de amêijoas, mas a quarta, in extremis, impediu que a frase fosse apagada).
Da boca para fora, desafiámos a nossa querida Hélia Correia a escrever um texto para a revista. E do coração para dentro ela ofereceu-nos este “Estar a Mais”. Esfregámos as mãos de contentes. Às nossas mãos, que então já eram 12, juntámos outras 22. Feitas as contas, só não são 340 dedos porque vários autores juraram a pés juntos que jamais, em circunstância alguma, usaram os mindinhos, e há outros que abdicaram do polegar e do anelar. Obviamente, é algo que respeitamos: cada um coça a cabeça com os dedos que estiverem mais à mão.
E… mãos à obra. Ficámos feitos num oito, para criar este objeto tentacular, que vai dos fiordes da Noruega à praia da Adraga, num dedilhar de caminhos, entre prosa, poesia, ilustração.»