A justa desproporção
A justa desproporção
Daniel Jonas
Companhia das Letras, 2025
272 páginas
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Um dos grandes cultores da língua portuguesa, Daniel Jonas estreia-se na prosa com uma «quase-ficção». Encontramos aqui uma peculiar forma de pensar o mundo e a linguagem, figuras com quem já nos cruzámos, obsessões comuns. Misturando biobiologia e astrologia, fala-se de Dante e Rui Reininho como de Camões e Teena Marie, viaja-se de Paris a Massamá ao cemitério, discorre-se sobre conselhos vínicos ou champignons.
A justa desproporção atravessa o cinema, a música e a literatura, e faz paragens em Shakespeare, Dylan, Beckett, Buñuel, Truffaut: todos lhe servem para partilhar intuições sobre descobertas contraceptivas, os programas da tarde na televisão e certas expressões de despedida. Entre a tudologia, a hipocondria e as saudades de sítios aonde nunca fomos, há lugar para os grandes temas — amizade, morte, humor — e para se reflectir sobre a inesperada relação de causalidade entre fins trágicos e más interpretações.