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Voz Alta

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Voz Alta
Diogo Costa Leal

88 pp.
Urutau, 2018
9788571050280

Voz alta para transbordar a vida que nasce do poema. Para fazer a dança onde se casa o ritmo dos batimentos cardíacos com o pulsar da voz emergente da garganta do poeta que vive em cada um de nós. E no altar, a gargalhada da alma mergulhada no prazer de reinventar a cada leitura uma nova pontuação do sentimento. A poesia que brinca, que se revolta, que é sarcástica ou doce ou nostálgica. Tudo numa só voz. Em qualquer voz alta. Em qualquer voz rouca, cansada, zangada, feliz, arrebatada. Voz vivida, com vontade de viver. Viver e voar. Alto, dentro, cheio, tatuado no timbre encantado da eternidade. Com cheiro a floresta a saber a-mar. Na espuma da maré que vai e vem, que leva e traz de volta, ou que se recolhe até ao pôr do sol rendido num horizonte que se impõe. E bem no fundo do infinito oceano desta voz, intocável como todo e qualquer mistério, reside a voz do silêncio. O espaço vazio transparente que nos permite a entrega com todas as nossas cores, e nos devolve a essência e nos enche de possibilidades infinitas. A inocência. A ternura. A impertinência. O som e o timbre temperado do destino. Numa miragem de um presente longínquo que só se agarra na garra da oralidade, no despir da palavra, na coragem vital de escancarar a alma às portas do universo. Do meu. Do teu. Do universo de cada palavra. De cada ponto, de cada vírgula, de cada casa, de cada asa. A palavra alta de cada voz. Sussurros, suspiros, segredos ditos ao ouvido, ternura e necessidade de sermos tocados pela palavra seguinte. Êxtase e prazer no encontro das vozes, no desencontro e no desafio também. Gritos e gemidos e aplausos e a paz da palavra que abraça, que contém, que consola. Das entranhas dos não ditos nascem pérolas filhas da lua, partos das estrelas mais antigas, das que já nem sequer existem mas brilham ainda assim. Das histórias da nossa história, construção constante da alma esculpida pelas dores, pelos amores, pelo esquecimento e pelo retorno do que não se desvanece com o tempo. Estrutura e identidade na ponta da língua. Na asa que se faz chão e na casa que se faz lar. E a caminhada pela poesia fora, livre leve e solta. E ser sempre seduzido pelo convite da viagem, no dom de largar bagagens e saborear o caminho que no ouvido se faz espasmo. Ouvir. Dizer. Sonhar. Sentir. Tocar a Voz no olhar de quem sente tudo. Olhares de vós, de cada um de nós. O palco é nosso. O livro também.

(Ana Carina Leal)