O ponto de partida deste livro é uma viagem do autor (durante dois meses de 1991), à Amazónia brasileira, como repórter, para acompanhar uma expedição que se propunha reconstituir o itinerário traçado há 200 anos pelo naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira e recolher dados que permitissem avaliar as alterações na flora, na fauna e na vida dos povos da selva ao longo dos últimos dois séculos. É uma crónica ora sentimental ora cedida à rudeza dos factos sobre os temas que aqui situados na Amazónia são no entanto questões do nosso quotidiano: violência nos campos e na cidade, rapina de recursos, o labirinto do comércio de estupefacientes, extermínio de minorias, aculturação de modos de vida, a altivez na adversidade, a sedução do dinheiro, a beleza do mal e apesar de tudo e sempre a soberania da natureza.