Num muito aguardado novo volume de contos, Teresa Veiga consolida a sua inabalável posição de mestre da narrativa breve e a sua capacidade única para raspar o verniz da normalidade e revelar as fendas profundas que se abrem em qualquer superfície humana. É o regresso do seu poderoso universo de vozes femininas e ambientes góticos, rendilhado por programas rápidos da máquina de lavar, promessas de alegria primaveril, impulsos para caminhar sem rumo ou os contrastes entre centro e margem, memória e verdade, invisibilidade e evidência, deixar o passado para trás ou seguir destemidamente ao seu encontro, como quem vai sempre murmurando este poema pendurado na parede de um dos contos: «Do fundo da escuridão até à verde luz brilhante do sol. Do nada até todas as coisas. De cada coisa até ao esquecimento.»