Solidão Assistida ou A Brutalidade do Quotidiano Josefa de Maltezinho
Húmus, 2024
84 páginas
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Sucede que já estou à espera delas maquilhadas à bruta, o imaginário bélico com pés aquecidos em escalfetas (por trás de todos os ângulos, o pior sinal de um mundo esboroado), dando conta do cemitério de buganvílias inocentes em dias de parcimónia nenhuma. A nada mais aspiro (em desespero de causa), que as não saber caídas por terra, balbuciantes naquela estreiteza de beco imundo, balanço de asselvajamento. Cansei-me deste despudor dos noticiários (vendilhões do templo), linha abrupta de sofrimento esbatido como luz led em corredores de hospitais. Cansei-me de mastigar as palavras que dizem do lado de fora dos homens, nódoas de azeite insurrecto a que apetece perguntar: sois guionistas de teatros de sombras?