As artes do cinema e da poesia dificilmente podem ser dissociadas. Filmes que se inspiraram em poemas, poetas que partiram de ideias de cinema, ou cineastas que ancoraram na palavra poética a sua fórmula mais profunda – são apenas alguns dos sentidos desta relação interdisciplinar. Entre a potência visual, rítmica e formal, as duas artes não escapam a frequentes comparações criativas. «Num bom filme, a câmara tem de ser o olho na cabeça do poeta», disse Orson Welles. E na palavra de poetas, em que pode consistir a singularidade de um filme? Para a segunda edição da exposição Sobre um Filme, Sobre um Poema, o Batalha Centro de Cinema desafiou o poeta, crítico e editor Diogo Vaz Pinto a convidar dez poetas a escrever sobre uma obra fílmica específica, poe ele mesmo sugerida. Este caderno reúne os poemas que nasceram destes convites e que foram apresentados em exposição, no Batalha, entre 6 de Setembro e 29 de Novembro de 2025.