Outras Revoluções, Cinema
Outras Revoluções, Cinema
organizador: Edmundo Cordeiro
curadoria: Jorge Sobrado e José Bragança de Miranda
160 páginas
Húmus, 2025
Há em toda a revolução uma dimensão de festa pública. Como escreveu Rousseau, trata-se de um momento em que “os espectadores são o espetáculo, em que são eles os atores, de maneira que cada um se vê e se ama nos outros”. Mesmo o conflito, o pólemos, é tingido por essa exuberância coletiva, por um fervor que atravessa as ruas e a imaginação.
Quem viveu o 25 de Abril recorda como era difícil voltar para casa, como boa parte da vida ocorria nas ruas da cidade, em assembleias espontâneas, em vozes que se encontravam e ressoavam. (…).
O cinema participa dessa festa pública dá-lhe corpo, deixa-a passar através dele e dos seus objectos. Reúne todos num entusiasmo que vai além das histórias e das narrativas, produzindo uma emoção comum, uma certa febre política, sinal de revolução.
Da Introdução de Jorge Sobrado / José Bragança de Miranda