(com colagem de capa de Nuno Moura/ composição de Joana Pires)
Num lugar alto com neve nos cumes espelhos ou lagos de nuvens e cidades recebi uma carta dum imperador deposto; sorri, olhei para o relógio, o rei não viria estava atrasado, pedia desculpa já não o deixavam, hoje, imperar. Pairava um aroma de felicidade nos chamamentos em língua estrangeira as paisagens sobrepunham-se como num quadro holandês somente o café demasiado caro mantinha os factos acesos. Convidaram-me, então, para tocar piano dentro duma gruta de gelo perene não disse nem sim nem não sorri, o melhor que pude. No dia seguinte apanhei o comboio viajei para regiões mais planas; dias depois, já tinha esquecido o nome da terra, das gentes, do lago