MINSKI, O Gigante dos Apeninos
MINSKI, O Gigante dos Apeninos
D.A.F. de Sade
tradução e introdução: Aníbal Fernandes
104 páginas
Sistema Solar, 2025
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O Marquês. O «Divino» Marquês num dos momentos bravios da sua literatura e com o deplorável risco, talvez, de nos fazer sentir moralistas. Simone de Beauvoir perante a lenda, perante a censura, perante o lugar recatado e escuro que ele ocupa na fila de trás das prateleiras, num ensaio perguntava: «É preciso queimar Sade?»
Preso várias vezes durante a sua vida — dias que chegaram na sua soma aos trinta anos — o Marquês fez-se na solidão da cela escritor. Teve obras com uma autoria explícita onde surgiu mais ameno, mais consentâneo com aparição franca nas livrarias. Mas teve-as também de publicação anónima: em 1791 Justine ou os Infortúnios da Virtude; em 1785 A Filosofia na Alcova; em 1799 História de Juliette ou as Prosperidades do Vício; e uma outra, Os Cento e Vinte Dias de Sodoma, votada à mesma sorte se fosse publicada com ele vivo, esperou noventa anos contados a partir da sua morte para ter uma edição defeituosa, e cento e dezassete para ser dada ao público por Maurice Heine numa edição corrigida.
Esta história, retirada do extensíssimo romance História de Juliette, tem como ponto culminante Minski, a única personagem fantástica de toda a sua literatura, aquela que André Breton escolheu e introduziu (com a parte «decente») na sua Antologia do Humor Negro.
[Aníbal Fernandes]