JORGE SILVA MELO - VIVER AMANHÃ COMO HOJE
JORGE SILVA MELO - VIVER AMANHÃ COMO HOJE
MARIA JOÃO MADEIRA (ORG.)
Cinemateca, 2024
textos: Jorge Silva Melo, José Manuel Costa, Maria João Madeira, João Lameira, Francisco Frazão, Luís Miguel Oliveira, Miguel Lobo Antunes, Bernardo Pinto de Almeida, João Pedro Rodrigues, Luís Miguel Cintra, Paulo Rocha, Regina Guimarães, Claude la Salla, Rui Catalão, Alberto Seixas Santos, Manuel Gusmão e Sofia Areal
fotografias: Cinemateca, Artistas Unidos, João Pinto Nogueira, Manuel Mozos & etc
grafismo de Nuno Rodrigues da Costa
454 páginas
-
“Não me perguntem se são os melhores do mundo. Não serão, nem está aqui nenhum Lang (nem o BEYOND! nem o MOONFLEET? não percebes nada disto, ingrato Melo), nem nenhum Renoir (e se isso fosse, todos os Hitchcock aqui estariam), nem nenhum Ray (qual dos dois?), nem o EUROPA 51, nem o PLAYTIME nem a GERTRUD ou o SUNRISE, nem o A STAR IS BORN, nem a Claudia Cardinale entra em nenhum deles... nem o Jean Gabin (!), nem estão cá as SEVEN WOMEN, meu último Ford (“so long, bastard!” conclui a Bancroft), pois não, não são os “melhores de sempre”, não. Nem os que levaria para a ilha deserta, onde não sei bem o que faria se nem projeccionista lá houvesse. (...) E sei que dele gostaria esta noite de ficar a conversar com o João Bénard da Costa, meu professor. Ah, sim, porque os filmes são para depois se conversar. Estes são. Ou então antes. Durante anos, ouvi a Luiza Neto Jorge falar de um filme que vira em Paris e que nunca cá chegara nem nas viagens eu conseguira descobrir. Sim, eram as CUMBRES BORRASCOSAS de Luis Buñuel que só vi anos depois da morte da Luiza, uma tarde na Cinemateca, creio. E sobre o qual nunca consegui falar com ela. Ou consegui?”