ISMA OU O QUE SE CHAMA NADA
ISMA OU O QUE SE CHAMA NADA
𝗡𝗮𝘁𝗵𝗮𝗹𝗶𝗲 𝗦𝗮𝗿𝗿𝗮𝘂𝘁𝗲
trad. João Paulo Esteves da Silva
O teatro original de uma das maiores escritoras do século XX: "Nas minhas peças, – diz Sarraute – não há acção, foi substituída pelo fluxo e refluxo das palavras".
Livrinho de Teatro Nº 187
Artistas Unidos/Snob, 2025
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𝗡𝗔𝗧𝗛𝗔𝗟𝗜𝗘 𝗦𝗔𝗥𝗥𝗔𝗨𝗧𝗘, Natalyia Tcherniak, nasceu em Ivanovo (perto de Moscovo), a 18 de Julho de 1900, numa família letrada da burguesia judia. Após o divórcio dos pais, a mãe leva-a para Paris. Irá partilhar a infância entre Paris e São Petersburgo. Estuda inglês e história em Oxford, sociologia em Berlim e finalmente direito em Paris. Em1925, casa com Raymond Sarraute, colega de faculdade. Exerce a profissão de advogada até ser afastada em 1941, pelas leis nazis. Em 1932, escreveu o seu primeiro livro, a recolha de curtas narrativas 𝘛𝘳𝘰𝘱𝘪𝘴𝘮𝘦𝘴 (1939), obra que veio a ser muito elogiada por Max Jacob e Jean-Paul Sartre. Será Sartre quem, em 1947, irá prefaciar o seu 𝘗𝘰𝘳𝘵𝘳𝘢𝘪𝘵 𝘥'𝘶𝘯 𝘪𝘯𝘤𝘰𝘯𝘯𝘶, lançando com ele a tese do "anti-romance". Mas é com a publicação de 𝘔𝘢𝘳𝘵𝘦𝘳𝘦𝘢𝘶 (1953) que começa o seu reconhecimento, associado à Gallimard que será sempre a sua editora. En 1956, publica o ensaio 𝘈 𝘌𝘳𝘢 𝘥𝘢 𝘚𝘶𝘴𝘱𝘦𝘪𝘵𝘢, texto fundamental na renovação no romance. E continua a publicar: 𝘗𝘭𝘢𝘯𝘦́𝘵𝘢𝘳𝘪𝘶𝘮 (1959), 𝘌𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘭𝘢 𝘷𝘪𝘦 𝘦𝘵 𝘭𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵 (1968), 𝘝𝘰𝘶𝘴 𝘭𝘦𝘴 𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘻 (1972), 𝘋𝘪𝘴𝘦𝘯𝘵 𝘭𝘦𝘴 𝘪𝘮𝘣𝘦́𝘤𝘪𝘭𝘦𝘴 (1976), 𝘓'𝘜𝘴𝘢𝘨𝘦 𝘥𝘦 𝘭𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘰𝘭𝘦 (1980), 𝘌𝘯𝘧𝘢𝘯𝘤𝘦 (1983), 𝘛𝘶 𝘯𝘦 𝘵'𝘢𝘪𝘮𝘦𝘴 𝘱𝘢𝘴 (1989), 𝘐𝘤𝘪 (1995), 𝘖𝘶𝘷𝘳𝘦𝘻 (1997). Em 1963, foi-lhe atribuído o Prix international de littérature por 𝘓𝘦𝘴 𝘍𝘳𝘶𝘪𝘵𝘴 𝘥´𝘖𝘳. Neste ano, por insistência de uma rádio alemã, a Süddeutscher Rundfunk, inicia a sua obra teatral com 𝘓𝘦 𝘚𝘪𝘭𝘦𝘯𝘤𝘦, a que se segue 𝘓𝘦 𝘔𝘦𝘯𝘴𝘰𝘯𝘨𝘦 (1966). Seguem-se 𝘐𝘴𝘮𝘢 (1970), 𝘊'𝘦𝘴𝘵 𝘣𝘦𝘢𝘶 (1975), 𝘌𝘭𝘭𝘦 𝘦𝘴𝘵 𝘭𝘢̀ (1980), e finalmente 𝘗𝘰𝘶𝘳 𝘶𝘯 𝘰𝘶𝘪 𝘰𝘶 𝘱𝘰𝘶𝘳 𝘶𝘯 𝘯𝘰𝘯 (1986). Morreu aos 99 anos quando escrevia um novo texto para teatro.