Errando
Errando
Catarina Ana
68 pp.
Urutau, 2021
Tudo começa então no somatismo das vidas, de umas com as outras. O choque entre tudo, desastroso e simbiótico, é constante. Nos desenhos textuais de Errando, nas divagações telúricas urbanas, entre exterior e interior, em proximidade e distância, xs protagonistas, para Miguel Oliva Teles, são as sensações de tristeza e prazer, melancolia e nostalgia, as saudades ou desejos que invadem os corpos, que os habitam e que são meras estratégias arraigadas para a energia sobreviver ao que quer que seja; os percursos, muitos, de um dia que correu mal ao caos doce do passado no presente, No ritmo melado de quem tem sítio nenhum para chegar, as sensações neste livro-vida pousam em tudo, atravessam tudo, okupam tudo.
Errando de Miguel Oliva Teles é o livro que conhecemos sem conhecer, a língua que dobra a língua, a energia do amor totó, futuro ou ancestral, o presente como multiplicidade, o desqualificado como valor. Um livro que atravessa tudo e todxs, e com o qual
os olhos descansam, viajam
e fica só o coração
batente
Errar é uma sorte.
André e. Teodósio