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Erotika Biblion

14,00 €  
IVA incluído

Erotika Biblion

Conde de Mirbeau

Apresentação e tradução de Aníbal Fernandes

152 páginas

Capa brochada com badanas

Formato: 14,5 x 20,5 cm

EAN: 9789899006850

Maio de 2021

Sistema Solar

 

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Torrentes de subtil ironia, leve no gracejo, parodiando com frequência Voltaire.

O título Erotika Biblion exigiu ao autor uma argumentadora nota prévia transferida para a voz dos editores: «Aviso dos Editores — O título desta obra não vai ser inteligível a todos os leitores, e vários haverá a não lhe encontrarem nenhuma relação com o tema. Não obstante, nenhum outro lhe conviria; e se o deixámos em grego, adivinhar-se-á com facilidade a razão.»

Difícil seria não darmos voz a Guillaume Apollinaire, que tão extensamente se demorou sobre este livro no prefácio à edição que ele próprio preparou para a colecção Les Maîtres de l’Amour:

«Mirabeau acabou-o em 1780, e a 21 de Outubro desse ano escreveu a Sophie: … Eu contava, minha querida gatinha, enviar-te hoje um novo manuscrito que o teu infatigável amigo terminou, mas a cópia que destino ao livreiro de M.B. ainda não chegou ao fim; fica para a próxima vez. Vai divertir-te: são temas muito engraçados, tratados com um ar sério não menos grotesco do que eles, embora bastante decente. Acreditarias que fosse possível fazer na Bíblia e na Antiguidade investigações sobre o onanismo, as tríbades, etc., etc., e sobre as mais escabrosas matérias que os casuístas abordaram, e tornar tudo isso legível, mesmo aos que forem mais anacronicamente empertigados e polvilhados com ideias filosóficas? […]

«A Erotika Biblion é um muito singular monumento de impiedade. É fruto das leituras de Mirabeau na sua prisão. Ele lia com curiosidade, e até com prazer, obras de erudição sagrada de exegese bíblica; “Com aparas dos comentários de Don Calmet”, diz um seu biógrafo, “compôs a Erotika Biblion, recolha de indecências onde se registam os desvios do amor físico em diferentes povos antigos; em especial, dos Judeus, onde a originalidade, pelo menos, compensa a obscenidade da matéria.”

«A primeira edição, segundo alguns, apareceu em Neuchâtel, segundo outros em Paris. Diz-se que a primeira só divulgou catorze exemplares, apreendida quase na sua totalidade pela polícia. Ao que parece, a edição de 1792 foi de igual modo perseguida, embora um certo número de exemplares tenha chegado ao estrangeiro. Chegou mesmo a Roma, e o livro foi posto no índex a 2 de Julho de 1794. […]»

[Aníbal Fernandes]