Publicamos agora diários e poemas que correspondem a geografias e coordenadas diferentes mas fica a sensação de que pode ser sempre o mesmo lugar: Sarajevo, Palestina, Ucrânia, Angola… Os lugares onde Maria João Carvalho esteve e onde não esteve misturam-se na ideia de que a iminência da guerra é mais voraz que o receio ou o descaso que podemos ter em relação àquelas que aconteceram, às que acontecem agora ou às que acontecerão com ou sem avisos prévios. A paz é preciosa e é preciso ser cuidada: como o amor ou a temperatura de um chá ou a partilha de um qualquer biscoito. Os diários de guerra de Maria João Carvalho constituem um importante documento histórico-político e são um murro – vários murros! – no estômago. Os poemas são o contraciclo dos diários – a luz é a reminiscência, o que da guerra vem impresso na carne e a que não se consegue renunciar. O lastro do ódio reluz e trazêmo-lo estampado na pele, porque somos todos carne da mesma carne.