Contra Sainte-Beuve
Contra Sainte-Beuve
de Marcel Proust
Imprensa da Universidade de Lisboa, 2021
ISBN: 9789898928245
Contra Sainte-Beuve, publicado postumamente em 1954, começou por ser um artigo de Proust para o jornal francês Le Figaro, no final do Outono de 1908. Seis meses mais tarde, o pequeno artigo dera lugar a um ensaio de aproximadamente trezentas páginas. A edição de Contre Sainte-Beuve que agora se publica segue a organização de Bernard de Fallois, que reúne os ensaios dedicados ao método do crítico literário francês Charles Augustin Sainte-Beuve (1804–1869). Neles Proust discorre sobre Baudelaire, Flaubert, Balzac e Nerval, e esboça temas que serão desenvolvidos no romance Em Busca do Tempo Perdido, como o conhecido episódio da madalena (aqui, um pedaço de pão torrado), ou os capítulos «Sonos», «Quartos» e «Dias». À ideia de Sainte-Beuve de que o conhecimento da biografia de um autor é fundamental para a explicação da obra, Proust contrapõe a teoria de que uma obra de arte literária é «o produto de um eu diferente daquele que manifestamos nos nossos hábitos, na sociedade, nos nossos vícios». Proust desenvolve ainda as suas ideias acerca da superioridade da sensação sobre a inteligência, do poder da memória para alcançar uma verdade artística individual e do papel deletério do hábito na percepção. O livro toma por vezes a forma de uma conversa com a mãe, tendo, outras vezes, um estilo marcadamente ensaístico, constituindo assim uma espécie de oficina de escrita um dos maiores romancistas do século XX.
de Marcel Proust
Imprensa da Universidade de Lisboa, 2021
ISBN: 9789898928245
Contra Sainte-Beuve, publicado postumamente em 1954, começou por ser um artigo de Proust para o jornal francês Le Figaro, no final do Outono de 1908. Seis meses mais tarde, o pequeno artigo dera lugar a um ensaio de aproximadamente trezentas páginas. A edição de Contre Sainte-Beuve que agora se publica segue a organização de Bernard de Fallois, que reúne os ensaios dedicados ao método do crítico literário francês Charles Augustin Sainte-Beuve (1804–1869). Neles Proust discorre sobre Baudelaire, Flaubert, Balzac e Nerval, e esboça temas que serão desenvolvidos no romance Em Busca do Tempo Perdido, como o conhecido episódio da madalena (aqui, um pedaço de pão torrado), ou os capítulos «Sonos», «Quartos» e «Dias». À ideia de Sainte-Beuve de que o conhecimento da biografia de um autor é fundamental para a explicação da obra, Proust contrapõe a teoria de que uma obra de arte literária é «o produto de um eu diferente daquele que manifestamos nos nossos hábitos, na sociedade, nos nossos vícios». Proust desenvolve ainda as suas ideias acerca da superioridade da sensação sobre a inteligência, do poder da memória para alcançar uma verdade artística individual e do papel deletério do hábito na percepção. O livro toma por vezes a forma de uma conversa com a mãe, tendo, outras vezes, um estilo marcadamente ensaístico, constituindo assim uma espécie de oficina de escrita um dos maiores romancistas do século XX.