CINEMA E FORMA
CINEMA E FORMA
Edmundo Cordeiro
prefácio: Rui Cardoso Martins
292 páginas
Húmus, 2025
Permitam-me uma imagem que, creio, evitará elogios: em Cinema e Forma irão entrar na cabeça e nos olhos de uma ave de rapina observando todos (vá lá, quase todos) os pontos de vista possíveis do cinema. Voos no alto, voos rasantes, ataques picados, uma visão complexa do papel filosófico e prático de realizadores e argumentistas (e da literatura), da montagem, dos actores, dos sítios, condições e tempo de produção. E de como o que está em causa é dependente das múltiplas escolhas elásticas, planeadas, improvisadas que fazem o conjunto de cenas que é um filme. Emoção, beleza, medo, amor, etc. Saber, noutra expressão que o Edmundo utiliza, juntar o que está espalhado, aparentemente separado, pois “é para isso mesmo que serve um filme”.»
(do prefácio de Rui Cardoso Martins)
«E o segredo, o que é o segredo? Talvez se possa dizer que o segredo é o artista. Mas que este, sabendo que o transporta consigo, não sabe em que consiste. A questão, fundamental aqui, é que [Jacques] Rivette nos diz que o artista, não sabendo, não podendo saber o segredo que transporta, procura libertá-lo, desembaraçar-se dele, expulsá-lo. Isso é perigoso, naturalmente.» (Edmundo Cordeiro, Cinema e Forma)