Autor: Stefan Themerson Design: Sofia Gonçalves Tradução: Paulo Alexandre Moreira Nº de páginas:192
Apollinaire encontrou finalmente um pai — Cardeal Pölätüo —, um pai na melhor tradição do ser pai, crítico do seu filho delinquente juvenil — nascido poeta e assim feito por sua mãe, que o carregou o tempo adequado a um génio e, como tal, um irresponsável e conspirador secreto. Tal como Abraão, Cardeal Pölätüo está disposto (determinado, na verdade) a sacrificar o seu filho — o que Abraão apenas fez em resposta a Deus. Cardeal Pölätüo é responsável perante uma augusta instituição a cujos olhos o homicídio da Alma (seduzindo a fé para longe do seu dono por direito) é infinitamente pior do que o homicídio do corpo. O Cardeal envelhece para se deliciar na beleza pura do batom rosa-nacarado na sua mão, e para compilar a Filosofia do Pölätüismo — um tratado para uma boa relação entre religião e ciência, à glória de Deus.
[A capa deste livro baseia-se no mosaico Mondriano que revestia o chão da capela privada do Cardeal Pölätüo. É ainda uma homenagem à capa da 1ª edição de Cardeal Pölätüo (Gaberbocchus Press) desenhada pelo próprio Stefan Themerson.]