BLADE RUNNER - O CINEMA COMO FENOMENOLOGIA
BLADE RUNNER - O CINEMA COMO FENOMENOLOGIA
autores:
Ângelo Milhano
Edgar Lyra
Helena Lebre
Irene Borges-Duarte
José Manuel Martins
José Palma Góis
Luís Nogueira
Patrícia Correia Rico
Tomás Domingo Moratalla
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Irene Borges-Duarte e Ângelo Milhano: «O volume aqui compilado divide-se por nove capítulos que reflectem sobre algumas possíveis relações entre a fenomenologia e o cinema, tal como elas se prefiguram no universo Blade Runner.»
Falar de fenomenologia a propósito de Blade Runner pode resultar obscuro e, talvez, artificial ou forçado. Por um lado, a designação «fenomenologia» aplica-se a um leque bastante amplo de abordagens filosóficas que não desenham um mesmo objecto intencional. Numa exposição crítica da vagueza que tal designação pode chegar a ter, em prejuízo da desejável acuidade de uma análise rigorosa, Ferencz-Flatz e Hanich (2016) alertam, porém, para que, apesar da «verdadeira miscelânea» de perspectivas ditas «fenomenológicas», que apoiam inúmeras leituras, a via fenomenológica de abordagem do cinema, quer num sentido mais amplo, quer numa prática mais estrita, tem-se afirmado com intensidade nos últimos dois decénios. Surgidas quase ao mesmo tempo, ao terminar o século XIX, a fenomenologia e o cinema «partilham uma história mútua» (Ferencz-Flatz & Hanich, 2016: 14) e uma mesma orientação descritiva e crítica, cujo produto narrativo é susceptível de uma interpretação metódica (no que seria uma fenomenologia do filme), mas também de uma leitura filosoficamente inspirada (no que seria o filme como fenomenologia).
[…]
Na origem desta recolha estão os textos apresentados no «Seminário Permanente de Fenomenologia» dedicado à celebração, em 2022, do 40.º aniversário da estreia pública do filme de Ridley Scott, em 1982.
[Irene Borges-Duarte e Ângelo Milhano]
Documenta, 2025
236 páginas (a cores)