Até para o ano em Jerusalém Maria da Conceição Caleiro
Um homem e uma mulher – Vicente e Maria Luís (Kowalevsky) – cruzam-se ocasionalmente numa festa em casa da narradora; ele, professor de História Contemporânea, temporariamente separado, a terminar um livro, de partida para um semestre de aulas no Rio de Janeiro; ela, artista plástica. Usa como nome artístico o estranho apelido encontrado em cartas de família à beira do lixo, numa mudança. Apaixonam-se. Mas Maria Luís é seropositiva. Não ficam juntos. No Brasil, na PUC, Vicente encontra um colega que possui “de verdade” o nome Kowalevsky, de origem judaica. Será este que o leva a pesquisar a origem do nome, a raiz e o rumo do nome. Imiscui-se nesse mundo e será a partir dessa investigação que chega à sua fonte: um refugiado polaco – Iossef – terá saído de Danzig, chegado a Inglaterra, daí aos Açores e dos Açores ao Brasil. Em S. Miguel vive uma paixão que só o fulgor da terra e o presságio das fumarolas expelem. Só depois da sua morte o passado será revelado.