Sirenes cortavam os ares de Roma quando a escritora Goliarda Sapienza, acusada de um delito menor, transpôs os portões da prisão feminina de Rebibbia, a norte da cidade, num dia de Outono dos anos 80. Em breve trocaria a liberdade pelas «áleas subterrâneas de imersão na pena», mergulhando numa realidade desconhecida e num silêncio contranatural. A UNIVERSIDADE DE REBIBBIA (1983) é o relato de dois meses de reclusão num mundo de regras e códigos próprios, que se converte na procura tacteante de uma réstia de humanidade atrás das grades e numa homenagem às mulheres rebeldes e inconformadas, ladras e jovens revolucionárias, que se cruzam no seu caminho. Pelo olhar lúcido da autora, o confinamento revela-se afinal uma nova vida em comunidade, mais espontânea e solidária do que a do exterior.