Aceitamos (quase) todo o tipo de pagamentos.
  • A Literatura de Teixeira de Pascoaes

A Literatura de Teixeira de Pascoaes

27,25 €  
IVA incluído

SKU: 9789722710053

A Literatura de Teixeira de Pascoaes
de António Cândido Franco

Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2011
552 pp
9789722710053

O espírito da Saudade tem inspirado em Portugal a musa dos grandes poetas e a orientação de uns tantos pensadores de alto calibre. Teixeira de Pascoaes (1877-1952), na linha de Frei Agostinho da Cruz, fez da Saudade um Eros encantado, capaz de amar a terra com o desvanecimento bravio de um Paraíso. Foi um moderno ao arrepio de tudo, que preferiu o vazio de um silêncio definitivo ao ruído fútil de plenitude que era só, feitas as contas cem anos depois, a aparência transitória e envernizada do seu tempo. Mário Cesariny pôs um dia por escrito a seguinte afirmação: Teixeira de Pascoaes, poeta bem mais importante, quanto a nós, do que Fernando Pessoa (" Para uma Cronologia do Surrealista em Português", in As Mãos na Água, a Cabeça no Mar, 1985). Um juízo assim desconcertantemente limpo arrisca-se a abalar como uma bomba os alicerces da história literária do século vinte português, levantando a suspeita de que muitas das suas consagradas novidades não passam afinal de estratégicas ideias feitas ou de pouco mais que lugares-comuns. Ora, num país de reverências fáceis, endeusamentos rápidos e lugares marcados, uma frase destas é um escândalo que, por todos os motivos e cautelas, se deve evitar. É, contudo, menos proveitoso calar segredos tão gritantemente escandalosos como necessários que castigar com eles uma praça pública conformada e cínica. É possível que nada se possa saber; mas, com a terrível afirmação de Cesariny, podemos estar certos que nem prestámos a devida atenção à Saudade de Teixeira de Pascoaes nem começámos a pagar ainda a dívida do seu Saudosismo, que se não foi a paixão ordeira do século português, como aconteceu com o Futurismo, foi pelo menos a sua oculta e decisiva novidade embrionária.