A Floresta das Intensidades - Livro de Horas X Maria Gabriela Llansol
216 páginas
Assírio & Alvim, 2025
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Aproximando-nos do fim do projeto conhecido como Livro de Horas, importa agora recordar, nas palavras dos organizadores Maria Etelvina Santos e João Barrento, a que se propõe este esforço hercúleo: «Os Livros de Horas que [há anos comecámos] a editar, a partir dos cadernos manuscritos do espólio de Maria Gabriela Llansol, representam a concretização de um projecto que nasceu das nossas últimas conversas com a escritora, entre finais de 2007 e início de 2008. Foi nessa altura que Llansol [manifestou] então o desejo de começar a transcrever deles [cadernos], por ordem cronológica, os textos diarísticos […] a que daria o título genérico de Livro de Horas.» Aqui chegados, percorremos agora os anos de 1991-95, em Colares-Sintra: « Um dos topoi mais vezes repetido neste Livro de Horas é o da “potência de autonomamente estar só”. A solidão criadora, a autonomia proporcionada pela escrita e a pujança interior que supera o desencanto do mundo são, apesar de tudo, os faróis que orientam a navegação dos dias. Tal como, mais tarde, a sombra do silêncio que paira sobre a casa de Sintra.»