"Numa tarde quente, de calor opressivo, chega a Vila Nova para começar um novo trabalho no Gabinete. Terra nova para ele, terra nova em si mesma visto ter sido construída de raiz, obedecendo a um desígnio imperial. Desígnio interrompido e nunca acontecido. No seu deambular por esta cidade, planeada para 100 000 pessoas mas albergando apenas 12 000, cruza-se com personagens (onde termina a realidade e começa a ficção?) que mais não são do que pequenos portugaís, os portugais pequenos que integram o o portugal maior, o Portugal país. Ao relacionar-se com estas personagens vai recebendo, devolvida como num espelho, a sua imagem de homem aventuroso, pleno de contradições, de sonhos, de mágoas. Vila Nova, acaba por ser a terra prometida, aquela terra que desde sempre todos procuramos, onde desaguam os nossos sonhos e fantasias. Aquela terra que nos permite sermos nós próprios, sem abandonarmos os nossos sonhos. Aquela terra que apazigua as nossas mágoas. Uma espécie de porto seguro; um destino que não se procura mas que se encontra. “Todos nós, quando nos sentimos mais ou menos desesperados, reparamos que falta alguma coisa essencial como o conforto. Acontece a todos. O céu de Vila Nova é como um toldo que protege.”