A árvore da língua
A árvore da língua
Carlos Alberto Braga
80 pp.
Officium Lectionis, 2025
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Gerada para ser consumada
a forma preexiste a coberto do véu,
é a incuba herança que desmata a odisseia
e asila o poeta.
Na encruzilhada da danação
os bramidos lançam a derradeira justa,
desterrados foram os desencaminhados pela apatia,
desmemoriados da estação de reencontro.
Subitamente reacesas, as labaredas degelam a dor,
exaurido o regato, só o cineral a abonançará.
E na alterosa madrugada, se o sonho tiver sido arado,
a mansidão irá pastorear o flagício
à sombra dos tropos esquecidos.
Como ludibriar ou denegar esta profecia,
se a singularidade em renovação
dotou a vista com uma desconhecida vidência?
